Idades 5 -11 anos
Porque é importante?
Tendo o papel de narrador, o professor é como o portador do discurso, a estrutura e o impacto global da história depende dele. Nesta posição ativa, através da expressão corporal e da voz, o interesse e a imaginação nas crianças são estimulados. O professor é um modelo a seguir e estimula a participação; se necessário, pode ser utilizado como uma ferramenta para aumentar as associações e gerar ideias. Para ser um bom contador de histórias, a preparação é fundamental.
A preparação dá confiança
Dois aspetos precisam de ser preparados da melhor forma possível. O contador de histórias tem de estar preparado para as contar, praticando antecipadamente, se não tiver experiência anterior, ou conhecendo a história que vai contar previamente.
Contar uma história não é muito diferente da aula comum. É importante estar ciente de que o objetivo primordial é fazer com que os alunos se divirtam ao ouvi-la. O segundo aspeto é que a forma de contar a história precisa de enfatizar os acontecimentos e as emoções. Assim, o discurso necessita de ser mais enérgico e com maior ênfase nas modulações de voz, reações, linguagem corporal e expressões faciais. Tudo isto pode ser praticado com antecedência seguindo as diretrizes propostas mais adiante.
O outro aspeto é a própria sessão narrativa, incluindo a escolha da história, local, momento, etc., dado um grupo específico de alunos. Os alunos precisam de ser motivados a ouvir e a querer recontar a história para que a sessão de narração da história tenha um impacto positivo no reconto, como um todo, para os alunos.
Ferramentas para encorajar a motivação: O professor seleciona uma história adequada à idade e à situação; enquanto conta a história evita os comentários, mas tenta descrever o estado e a reação da personagem. Isto estimula a imaginação e evoca a empatia das crianças. As palavras devem ser acompanhadas de expressões faciais e gestos que aumentem ainda mais a emoção. Como preparação, pode consultar as páginas sobre Modulações de Voz (Folha 7) e Linguagem Corporal (Folha 6) a fim de se preparar antes da sessão de narração da história. É bom usar pausas para aumentar o interesse e a antecipação. Dependendo da situação, elementos típicos ligados à visão e aparência das personagens também podem ser utilizados. Enquanto se prepara para contar uma história, o professor faz gravações preparatórias, e ouve ou observa depois disso, de modo a avaliar o impacto do ponto de vista do espectador. Contar a história a um colega ou a um familiar serve também para avaliar o desempenho e o seu possível impacto nas crianças.
Preparação/Realização: Para a escolha perfeita da história é importante que o professor esteja consciente do objetivo para o qual a vai narrar – fazê-los rir, estimular ou ensinar as crianças. O professor pode encontrar a história certa, mas os alunos também a podem adaptar um pouco. Recite-a em voz alta com o tom e entoação apropriados (de preferência em frente de um espelho). Para seguir um fio condutor, é sempre possível utilizar outras palavras ou, dependendo da situação, alongar ou encurtar a história, reforçando ou reduzindo a força do impacto.
Outras opções para o caso das crianças se recusarem a participar na atividade:
Uma das dúvidas que os professores podem ter como contadores de histórias, é ser confrontado com alunos que não queiram participar na atividade. Esta é uma situação normal, e o importante é não forçar os alunos a contar histórias. Em vez disso, podem oferecer alternativas, para que o aluno não se sinta pressionado, e continue a estar incluído neste momento especial. Preparar alternativas é uma boa forma de reduzir o stress sobre as reações dos ouvintes.
Aqui estão algumas pistas sobre o que pode ser feito com os alunos.
É-lhes oferecida outra atividade:
– encorajar a criança a oferecer as suas próprias versões da história;
– contar uma história em que ele próprio é o herói;
– inclusão de vários jogos educativos relacionados com a criação de histórias.
Exemplo: – “Conto uma história” – cartas com imagens de objetos, pessoas, animais e lugares. A criança desenha sequencialmente as cartas e inclui as imagens numa história que ela própria compõe;
– contar uma situação experimentada, substituindo os participantes por animais, que de acordo com a sua opinião e ideias correspondem às pessoas.
Atividades específicas relacionadas com a história:
– ouvir;
– empatia;
– narração da história;
– explicação e interpretação de palavras e expressões desconhecidas;
– discussão sobre as ações das personagens;
– questionar sobre: Como agirias na mesma situação, o que dirias?
– chegar a conclusões adequadas à idade.