Ficha prática #

Estrutura das Histórias

A estrutura de uma história é um dos componentes mais importantes na narração de uma história. Para seguir a narrativa, a estrutura precisa de ser clara e bem construída para benefício do público. Histórias não estruturadas tenderão a resultar num afastamento do público, numa confusão, ou num tédio puro e simples. O domínio das Estruturas de Histórias é também uma grande vantagem no sentido em que ajudará os alunos a construir narrativas coerentes noutras áreas das suas vidas.

IDADE: 5-11 anos

Porque é que é importante?

O objetivo é incutir as estruturas naturais da história na mente dos alunos, repetindo as histórias várias vezes, para que eles possam distinguir as relações de causa-efeitos e o fluxo natural da história. Mimeticamente, eles tenderão a seguir as mesmas estruturas quando contarem as suas próprias histórias, mas também há formas de estimular esta construção de estruturas. Os alunos podem utilizar mapas de histórias ou bastões/ sequências de histórias para criarem as suas próprias histórias. Ao construí-las, estarão inevitavelmente mais conscientes dos elementos chave, dos momentos essenciais e da estrutura geral das mesmas.

A criação dessas ferramentas estruturais estimulará também a sua imaginação e ajudará a desenvolver as suas capacidades de visualização, transformando objectos do mundo circundante ou utilizando símbolos para criar novos objetos com novas propriedades. Isto irá desenvolver a sua imaginação e a sua criatividade e tornando-os capazes de transformar o mundo circundante, analisando e sintetizando as qualidades dos objetos. Esta técnica é uma das primeiras com a qual a criança aprende acerca da realidade e do mundo circundante (o pau é um cavalo, a boneca é uma princesa ou um bebé, etc.).

Esta ficha pedagógica ajuda a formar uma atitude de estruturação da narrativa e do processo de pensamento, ao mesmo tempo que desenvolve a capacidade de procurar e encontrar muitas respostas diferentes (variadas e não padronizadas) para uma pergunta ou para um problema. No caso da utilização de objectos, símbolos ou elementos para estruturar física ou visualmente a história, o processo inicia-se com tarefas de associação, nas quais as crianças são obrigadas a gerar alternativas que satisfaçam determinadas condições. O objetivo é elaborar uma rápida visão geral das ideias e experiências na busca criativa.

FERRAMENTAS PARA ENCORAJAR A MOTIVAÇÃO

Uma vez que as estruturas básicas da história estejam compreendidas, o professor pode pedir ao aluno que crie contos baseados em objetos do quotidiano, nos quais essas estruturas serão aplicadas. Ao usar um objeto do quotidiano, os alunos são obrigados a usar a sua imaginação para criar uma narrativa e não tendem simplesmente a repetir uma história muito estereotipada. Precisarão, deste modo, de construir uma nova narrativa com base nas estruturas da história que conhecem.

Narração de histórias em grupo

Outro exercício pode ser a narração de histórias em grupo. O professor dirige as diferentes fases da história e incentiva os alunos a seguirem uma estrutura muito geral.

Por exemplo:

1) O professor pede a um aluno (de forma voluntária) para escolher um título para a história que todos eles irão contar juntos.
Aluno voluntário: “A galinha e o guarda-chuva”.

2) O professor pede aos alunos que descrevam quando é que a história acontece.
Aluno voluntário: Era uma vez, quando os dinossauros estavam vivos, e a galinha ainda tinha dentes…

3) O professor pede a outro voluntário para inventar um “onde”.
Aluno voluntário: numa terra onde todas as árvores tinham bolhas em vez de folhas!

4) O professor pede a outro voluntário que descreva o herói:
Aluno voluntário: uma pequena galinha amarela com apenas um dente…
Etc… Até ao fim da história.
A história pode ter uma estrutura muito básica no início e, com o tempo, o professor pode incentivar as crianças a fazer estruturas mais complexas.

Esta estrutura pode também ser preparada sob a forma de um mapa da história com passos muito gerais ou como uma lista de avisos:
– Era uma vez…
– Quando….
– Num país onde a….
– Um herói chamado….
– Isso foi (ação)…..
– Etc.

Outro exercício seria criar e contar a sua própria história com uma personagem favorita de outra história. A personagem é colocada em tempos e circunstâncias diferentes. Por exemplo: A Bela Adormecida acorda no mundo moderno. Isto para adivinhar o que aconteceu à personagem e mudar o fim da história.

Utilizar a mesma estrutura de uma história bem conhecida, mas mudar as personagens também pode ser um exercício interessante a fazer com os alunos.

PREPARAÇÃO, IMPLEMENTAÇÃO

  • Análise das qualidades (propriedades) de um objeto e alteração de uma qualidade (propriedade) em função da escolha. Explicação das razões da transformação e das suas consequências.
  • Preparação da estrutura geral da história para a narração da história do grupo.

OUTRAS OPÇÕES, CASO AS CRIANÇAS SE RECUSEM A PARTICIPAR NA ATIVIDADE

Sugestões

  • Ser um observador da atividade dos outros;
  • Ajudar o professor a dirigir a sessão de contos de grupo;
  • Escolher a história original da qual as personagens serão alteradas.

Atividades específicas relacionadas com os contos de fadas

  • Ver ilustrações, desenhar imagens a partir de uma caixa opaca, observar objetos;
  • Contar e ouvir histórias fantásticas;
  • Introduzir elementos de uma hipótese fantástica.