POR QUE É IMPORTANTE?
A qualidade da oralidade não se baseia apenas na voz, mas também na expressão corporal e no domínio dos próprios gestos. Filmar performances infantis em torno das formas gestuais da história para que se ouçam, mas também se vejam, pode abrir um espaço de criatividade e diversão!
O objetivo pedagógico é permitir às crianças tomarem consciência da sua expressão corporal em ligação com a sua expressão oral e desenvolverem a sua autoconfiança. Os vídeos devem ter como objetivo principal mostrar as capacidades das crianças e não os seus defeitos ou dificuldades.
COMO FAZER UM VÍDEO?
A atividade da gravação de vídeo deve ser o resultado de um caminho feito por professores com crianças durante workshops de narração oral feitos na aula.
PASSOS A SEGUIR:
- O professor escolhe os tópicos para abordar com os alunos (animais, medo, família… Veja os nossos Kits pedagógicos ) Na nossa biblioteca online existem contos ligados a vários tópicos e com diferentes níveis de dificuldade.
- Uma vez escolhido o conto de fadas, se necessário, o professor pode começar com uma breve introdução às personagens e cenas. Alguns preferem prosseguir imediatamente com o conto, ou seja, é uma escolha pessoal do contador de histórias. Uma breve introdução pode ser útil para os alunos que têm dificuldade em seguir uma narrativa e precisam de estrutura.
- A história oral animada será realizada pelo professor.
Diferentes técnicas de narração podem ser usadas, por exemplo: gestos ou o uso de silhuetas, de sombras, de Kamishibai ou pequeno cenário teatral… (Ver as nossas folhas educativas). A criação destas ferramentas pode tornar-se em atividades de oficina a serem propostas na aula.
Seria bom propor às crianças que estudassem em conjunto e identificassem esses movimentos e gestos, que poderiam ajudar a contar e salientar personagens ou partes da história.
O professor pode mostrar um exemplo, contando e interpretando a história.
- Interrogatório: alguns contadores de histórias gostam de encorajar o feedback após a história. Algumas perguntas podem ser feitas aos alunos para encorajar esta dinâmica e verificar o que retiraram da história. (se compreenderam a história, os sentimentos, etc.) Esta é também uma forma de fazer com que os alunos se sintam à vontade para falar no momento da história, como um passo antes de contarem as suas próprias histórias.
- Projeção de vídeo: Os vídeos podem por vezes ser usados após algumas sessões de narração para ilustrar diferentes tipos de narrativa e para impulsionar a confiança dos alunos em contar uma história por si mesmos, vendo que outras crianças podem fazê-lo e que não precisa de ser perfeita.
- Os alunos contam o conto de fadas, primeiro aos pares, e depois a totalidade do grupo.
- Gravação de vídeo. O primeiro passo é garantir que o consentimento dos pais para filmar o seu filho foi oficialmente obtido. (pode ser assinado um formulário de consentimento)
Escolha um fundo neutro para a gravação de vídeo.
A crianças pode criar um pequeno cenário de fundo para usá-lo como um cenário para a narrativa (folha educacional nr.16):
- identificar os elementos-chave da história: como a floresta, o castelo, etc.
- criar silhuetas sem dar muita importância aos pequenos detalhes e anexá-las com fita adesiva ou de dupla face numa parede branca.
Os mesmos elementos podem ser usados para vários contos.
A criação destes cenários pode tornar-se atividades de workshop a propor na aula.
Quando a criança finalmente se sentir pronta, a gravação da narração pode começar.
(Certifique-se de que o ambiente é à prova de som!)
PONTOS IMPORTANTES
CRIANÇAS
Durante o ano letivo, o docente tem a oportunidade de conhecer melhor as crianças, de “avaliar” o seu carácter e particularidades.
Ao escolher as crianças para as primeiras gravações de vídeo nas aulas, sugerimos dar prioridade às crianças que se mostrar mais empáticas e comunicativas, capazes de estimular, interessar e envolver outras (pequenos “guias” para os seus colegas).
A base voluntária para fazer estes vídeos é essencial para as crianças. É fortemente aconselhável não forçar aqueles que não estão interessados em participar.
A ESCOLHA DA HISTÓRIA
É muito importante deixar a criança escolher um conto adequado ao seu nível (nível de dificuldade). Se um aluno realmente quer contar uma história específica e é um pouco difícil para eles, o professor pode ajudar e guiá-los através dela.
As crianças devem conhecer bem a história e torná-la sua. A história tem de ser contada muitas vezes na sala de aula antes: pelo professor, em pequenos grupos ou individualmente por crianças.
LIBERDADE TOTAL DE EXPRESSÃO
A espontaneidade é muito importante, mostra às crianças que há muitas formas de contar a mesma história, mas é necessário dar algumas diretrizes a seguir (personagens, sequências lógicas da história). Tente não interromper as crianças mesmo que cometem erros gramaticais, façam paragens, etc…
Atmosfera e tempo
As crianças precisam se sentir confortáveis e se divertir.
Se for necessário, altere temporariamente o arranjo da sala de aula para criar um lugar mais acolhedor.
Todas as crianças, especialmente as crianças disléxicas precisam de tempo. Não obrigue as crianças a fazer as coisas rapidamente.
ATIVIDADE INCLUSIVA
Esta atividade de gravação de vídeo deve ter um valor inclusivo, deve ser sempre assegurado que todos os passos são compreensíveis para crianças com Distúrbios de Aprendizagem Específicos (SLD).
CERTIFIQUE-SE QUE TEM O CONSENTIMENTO DOS PAIS PARA FILMAR AS CRIANÇAS!